domingo, 27 de junho de 2010

Abriu-se a fenda...(Opened up the gap ...)

Confusion



"A televisão matou a janela." (Nelson Rodrigues)




   Agora que acabei de me ajustar no episódio de quarta temporada, levanto quase que sem me perceber. Da minha cama apenas avisto uma fenda brilhante nos pisos gelados do meu quarto.
     Você me pergunta o que está acontecendo e eu não sei te dizer, juro. Eu simplesmente não consigo te dar uma resposta objetiva e justa que vá te acalmar...
    Por visto, minha enfermidade nasce nos momentos mais inatingíveis. Todo nosso erotismo quebrado por um trovão barulhento e uma fenda tão ilusória e sem lógica.
    Olha só! Observe as veias do meu pescoço como estão querendo estourar. Meu sangue na saliva não te incomoda?... Um gosto cítrico na língua. Me ajude. Por Deus!
   Você insiste em querer vir me agradar; agradando assim à mim e sua insistência. Eu que vou te carregar pro resto da minha estrada, seja nos ajustes ou nos relapsos confusos. Que seja agora!!!
    Confusão...
  Meus olhos se contraem e anulam a confiança mórbida da programação televisiva. Os vizinhos me notam no telhado. A boca seca implora por mais uma dose de alcatrão.
   Eu vejo pratos cheios e coloridos na mesa do jantar, mas minha fome é do preto e quero saborear o branco.
   Subvertido em meus relapsos de delírio...
   Estou me providenciando no sofá.
   Assistiu aquele episodio? - "Eles" me dizem.
   Aí penso assim:
"...Os pensamentos do telespectador estão praticamente inativos: não há tempo para raciocínio consciente e para fazer as associações mentais, já que os dois são muito lentos. Isso ficou provado nas poucas pesquisas de efeitos neurofisiológicos da TV [Krugman, 1971, Emery&Emery, 1976, Walker, 1980]: o eletroencefalograma e a falta de movimento dos olhos de uma pessoa vendo televisão indicam um estado de desatenção, de sonolência, de semi-hipnose (normalmente qualquer telespectador entra nesse estado num tempo de meio minuto). Jane Healy justifica esse estado mental como uma reação neurológica aos estímulos visuais exagerados e contínuos . O piscar da imagem, o ambiente em penumbra e a passividade física do telespectador, especialmente seu olhar fixo, fazem com que o cenário seja semelhante a uma sessão de hipnose..."
   Ah! Se eu pudesse te mostrar que arte gráfica está nas produções da existência. Os atores boêmios não são pagos e muito menos percebidos.
   Mas eles querem provas empíricas meu amor...
  Se eu pudesse me transformar num raio catódico formado em minha volta uma nuvem de elétrons como a sua televisão...
  É bem verdade que não há possibilidade de pensar sobre o que está sendo transmitido, porque a velocidade das mudanças de imagem, de som e de assunto impedem que o telespectador se concentre e acompanhe a transmissão conscientemente.
   Mas gosto de filmes, tenho que gostar preciso gostar, mesmo que isso abra uma fenda no piso... Meu meio carece tanto de Felline e Mazzarope.


(Opened up the gap ...)


"Television killed the window." (Nelson Rodrigues)
Now that just set me on the fourth episode of the season, lifting almost without me noticing. From my bed I see a chink just brilliant in the cold floors of my room.
     
You ask me what is happening and I can not tell you, I swear. I just can not give you a straight answer and just going to calm you down ...
    
For visa, my illness is born in the most inaccessible. All our eroticism broken by a loud thunder and a crack as specious and illogical.
    
Look! Notice the veins in my neck as they want to burst. My blood in the saliva does not bother you? ... A citrus taste on the tongue. Help me. By God!
   
Do you insist on wanting to come please me, so pleasing to me and his insistence.That I'll upload the rest of my road, in settings is confusing or in relapse. It is now!
    
Confusion ...
  
My eyes twitch and void the trust morbid television programming. Neighbors notice me on the roof. Dry mouth begging for another fix of tar.
   
I see full, colorful dishes at the dinner table, but my hunger is black and want to taste the white.
   
Subverted in my relapses of delirium ...
   
I'm providing the couch.
   
Watched that episode? - "They" tell me.
   
Then think:"... The thoughts of the viewer is practically inactive: no time for conscious thought and mental associations, since both are very slow. This has been proven in the few studies of neurophysiological effects of TV [Krugman, 1971, Emery & ; Emery, 1976, Walker, 1980]: the electroencephalogram and the lack of eye movement of a person watching television indicate a state of inattention, drowsiness, semi-hypnosis (usually every viewer enters this state in half a minute). Jane Healy justifies this state of mind as a neurological reaction to exaggerated and continuous visual stimuli. The flash image, the dim environment and physical passivity of viewers, especially her stare, make the scenario similar to a hypnosis session. .. "
   
Ah! If I could show you that graphics are the productions of existence. The actors and bohemians are not paid much less noticeable.
   
But they want empirical evidence of my love ...
  
If I could turn into a cathode ray formed around me like a cloud of electrons to your television ...
  
It is true that there is no possibility of thinking about what is being transmitted, because the speed of change of image, sound and subject prevent the viewer to concentrate and consciously monitor the transmission.
   
But I like movies, I have to like to like, even if it open a crack in the floor ... My middle and lacks both Felline Mazzaropi.





"Television killed the window." (Nelson Rodrigues)

Nenhum comentário:

Postar um comentário